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08
Acabou. E é a coisa mais triste que tenho á dizer. Por um instante me vi
perdida ,minha embarcação quase veio á naufrágio mas sobrevivi ás ondas
arrebatadoras que o mar me lançava. Apesar de ter sobrevivido, adquiri muitos
ferimentos,precisava de band-aids para alma. Estive nos últimos dias
inconsciente,á deriva na própria vida mas de repente despertei e estava em
terra firme. Meu navio?Talvez seja inútil citá-lo,visto que seus destroços
ainda flutuam á margem marinha. Quando abri os olhos tinha alguém á minha
frente.Nunca havia visto aquela face. Não era de toda sabedoria mas não era de
toda ignorância. Conhecia meus conflitos e olhava para cada ferimento meu tão
ciente de como eu os adquirira como quem os havia causado. Não sabia qual
curativo indicar á aquela alma escarnecida tampouco um entorpecente pra aquele
pranto doloroso e intenso. Mas ofereceu-me o que medicamento algum seria capaz:
um abraço. E naquele abraço me trouxe um conforto imenso. Enlaçou em seus
braços as minhas angústias,aflições e pungências da alma. Fez sua todas as
minhas dores,caminhou por meses comigo naquela ilha deserta. Eu,sempre como
alguma dopada,perdida dentro de mim.Ele: sempre com uma lição nova á cada dia e
sempre tão dedicado mesmo com toda objeção que eu mantivesse. Em um belo dia
ele me disse que tinha a última lição para me ensinar mas que seria facultativo
aprendê-la. Ele então guiou-me á um navio á beira da praia,pronto á levar-nos
para onde quiséssemos. Perguntei-lhe então, porque não tirou-me daquele lugar
antes. Porque me deixara sofrer por tanto tempo ali. E Ele sereno, me
respondeu: “ Se fazia necessário que você destruísse cada pedaço de si,e então
erguer-se para a vida que enfrentará. Ora,minha pequena achas mesmo que
encontrará o mesmo mundo de antes, agora?” Naquele momento senti-me livre,um
fardo imenso saíra de minhas costas. Percebi que não era de uma multidão que eu
precisava mas sim de um único alguém,alguém como ele que acima de tudo não
desistisse de mim. Sabe,talvez ele me
fascine tanto por não possuir a última coisa que eu esperava de você: o
abandono. Mas está tudo bem, graças ao desconhecido que me protegeu de você,a
garota retorna á navegação. Ela não
precisa mais das suas coordenadas para seguir em frente. Ela aprendeu a ser sua
própria rosa do vento.
Ps: se vocês curtirem,eu vou trazer semanalmente um texto novo :)
1 comentários:
Eu amo crônicas, me identifico tanto! Eu adorei a sua, achei rica em detalhes, amei *.*
xoxo
Curti aqui!
OPS, ESNOBEI!
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